Relato do leitor

Adaptação ao meio – sensorial.

A terra é pré-existente à vida na terra.

A implicação disso é que a vida na terra surgiu dentro de um organismo com uma estrutura química já formada e que impôs aos seus habitantes algumas limitações, por isso não poderíamos ser diferentes, pois se assim fosse, não sobreviveríamos.

Os animais que existem hoje no planeta são aqueles que se adaptaram ao meio e às mudanças do meio em que vivem. Conforme as condições naturais de cada lugar as espécies se adaptaram. Assim criaram defesas contra seus predadores, desenvolveram uma dieta conforme o alimento disponível no local e também adaptaram seus organismos à temperatura necessária. Alguns se adaptaram ao gelo, outros a água, etc. Alguns desenvolveram a visão, outros a audição ou o olfato. Alguns aprenderam a voar, outros aprenderam a nadar e quem não se adaptou não sobreviveu. E mesmo os que se adaptaram dependem de seu habitat natural ou algo próximo para que sobrevivam.

Os animais que vivem neste mundo adaptaram seus corpos físicos dentro das condições físicas oferecidas por este mundo. Assim, tudo que pode afetar este corpo de forma sensível, pode ser percebido. Os animais desenvolveram seus sentidos como pré-requisito para sua existência. As chances de sobrevivência de um animal que ouve, enxerga, degusta, sente cheiros e tem tato é muito maior que a de um animal que não tenha todos esses sentidos.

Temos na natureza alguns animais que por alguma peculiaridade do ambiente em que se desenvolveram acabaram desenvolvendo um sentido mais e outros menos. O morcego, por exemplo, por viver em cavernas escuras acabou substituindo a visão pela audição, assim ele se orienta com uma audição incrivelmente desenvolvida. A coruja, por sua vez, desenvolveu um pouco mais a visão noturna e também a audição.

Se juntarmos todos os sentidos de todos os animais existentes não encontraremos mais que cinco. Sendo estes o suficiente para mantermos contato com tudo que existe de sensível no mundo. O que não conseguimos detectar está relacionado a qualidade de nossos sentidos não na quantidade. Existem sons que não podemos ouvir pela distancia ou pela frequência diferente daquela captada com nossos ouvidos; há coisas que não conseguimos ver por estarem distantes, ou no caso da luz por estarem em frequência diferente do que podemos enxergar, da mesma forma devem existir odores e sabores que desconhecemos devido algum limite.


Encontramos nos limites de nossos sentidos a primeira possibilidade de um mundo paralelo, no sentido de existir e não ser percebido por nós, seres humanos. Porém passamos a interagir com esse mundo a cada descoberta da ciência que amplia o alcance de nossos sentidos.

Para o homem pré-histórico existiam muitas coisas que poderiam ser classificadas como algo existente, mas, porém, de natureza inalcançável pelos sentidos do homem, por exemplo, as epidemias causadas por vírus e bactérias. Sem a tecnologia que existe hoje para identificarmos este micro mundo e para nos ajudar a nos defender dele, sua interferência em nosso dia-a-dia parecia manifestação de um mundo invisível no sentido sobrenatural. Muitas vezes, em muitas culturas, pessoas doentes por causa de vírus ou bactérias foram cuidadas por curandeiros, com rezas e rituais.

Tanto o micro mundo quanto o macro mundo está, de certa forma, fora dos limites dos sentidos humanos, e isso os deixou por muito tempo fora do conhecimento do homem.

A situação começa a mudar e as coisas começam a tomar novos rumos com o desenvolvimento da tecnologia. O homem começa a encontrar uma forma de ampliar o alcance de seus sentidos. Galileu criou o primeiro telescópio, o homem passa a ver os astros com olhos muito mais potentes. O mesmo principio é usado na construção do microscópio e passamos a ver o microcosmo também com outros olhos. Hoje existem aparelhos que amplificam todos nossos sentidos e isso permite o nosso avanço em direção ao que chamamos de mundo paralelo.

Outra realidade neste mundo invisível aos nossos sentidos são alguns tipos de ondas. As ondas se propagam transportando energia. As ondas conhecidas como eletromagnéticas são, por exemplo, de rádio, televisão, luz solar e outras. A luz solar está em uma frequência que nossa visão consegue captar, porém, as ondas de rádio e TV estão em uma frequência fora do alcance de nossos sentidos, só foi possível conhecer estes tipos de ondas com o avanço tecnológico. E esta é mais uma fatia do mundo invisível que entrou para a lista do domínio do homem.