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Relato do leitor

 
(17/Fev) Sensorial e Abstrato
 
Chama-me a atenção a ralação Sensorial e Abstrato, que para mim é a relação corpo e mente.

Por sensorial entendo tudo que está relacionado aos 5 sentidos ou ao corpo, quando vivenciamos o corpo, vivenciamos o sensorial, por abstrato entendo os pensamentos e coisas ligadas á mente.

Nossos sentidos, ou sensores, são sensíveis às manifestações do mundo em geral. Através deles podemos ver, ouvir, sentir o toque, sentir o sabor, sentir os odores.

Nossos sentidos nos conectam ao mundo sensível. Nosso cérebro interpreta os sinais enviados pelos sensores e os transformam no conhecimento primário que temos do mundo, suas cores e formas, sons, sabores, odores, texturas, etc.

Até aqui não nos diferenciamos dos outros animais, muitos animais têm alguns sentidos até mais desenvolvidos que os nossos.

Algumas vezes passamos do sensorial para o abstrato. Isso ocorre quando derivamos abstrações das sensações, pensamentos relacionados à experiência sensorial vivida.

O que a mente humana pode fazer com as sensações é o que faz a diferença. Para o ser humano pode ser de grande importância, ou mesmo um prazer, a contemplação de uma paisagem, um perfume, um som, um odor, um toque, tudo isso ganha significado na mente humana.

Podemos dar exemplos como, sentir a água que banha o corpo após um dia daqueles, o perfume da pessoa amada, uma música profunda, um sorvete num dia quente ou levantar as 4:30 da manhã só pra ver o sol nascer.

Ao estimular meus sentidos posso relembrar ou mesmo reviver momentos do passado. Minha memória está intimamente ligada aos sentidos, um perfume, uma música, a alvorada são capazes de me transportar ou me trazer sensações de momentos outrora vividos.

Quando um dado sensorial nos trás uma recordação, estamos ainda bem próximos do mundo sensível (pé no chão), pois esta abstração teve derivação direta de um dado sensorial. Afastamos-nos dos sentidos quando uma abstração deriva de outra abstração.

Quando um pensamento tem como base outro pensamento e não um dado sensorial, aí já estamos em abstração pura. Por exemplo, se um perfume lembra a casa de sua avó, a lembrança da avó tem relação direta com o perfume. Mas quando você começa a imaginar como seria se ela ainda estivesse viva, o que seria diferente em sua vida, como ela reagiria aos últimos acontecimentos, etc. ai temos um pensamento derivado de uma lembrança, ou seja, abstração derivada de abstração.

Quanto mais as abstrações derivam de abstrações, mais distantes ficamos do mundo sensível, é como viver nas nuvens.

O que a filosofia clínica nos diz sobre o tema é que cada ser humano viverá o Sensorial e o Abstrato à sua maneira, que será única; que o sensorial pode não significar nada para algumas pessoas, pois preferem o mundo das ideias complexas; que algumas pessoas podem viver o tempo todo sensorialmente e não suportar o mundo das ideias; que muitas pessoas oscilam entre o sensorial e o abstrato e que devemos respeitar a subjetividade de cada um.


Maria Cristina



Responsável - Clailto Oliveira
     

 
 
Como referenciar: "Relato do leitor" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 17/06/2025 às 04:25. Disponível na Internet em http://www.filosofia.com.br/vi_relato.php?id=19