Relato do leitor

Como o Mundo Parece

Aprendi na faculdade de filosofia o quanto o Capitalismo é injusto. Um professor deixou bem claro o que é a “Mais valia” e que o homem não pode se realizar vendendo sua força de trabalho, pois desta forma ele passa a trabalhar para a realização do sonho de outra pessoa. Não existe dinheiro que possa pagar justamente pela mão de obra, pois a força de trabalho e a moeda são de natureza distinta e não é possível converter uma em outra para que haja uma troca justa.

Imagine uma pessoa que foi criada num mundo em que “Deus ajuda a quem cedo madruga”, que olha a sua volta e vê um possível crescimento social a ser conquistado através de muito trabalho (como funcionário de uma empresa), estudo e honestidade. Um jovem que até pouco tempo buscava realizar seu caminho existencial dentro de uma realidade única, conforme a Mundo le parecia, agora está diante de uma nova representação de mundo.

Dessa forma passei a me questionar sobre o mundo objetivo e o mundo subjetivo. Em qual deles eu vivo? Qual me afeta mais? Até que ponto o mundo que parece objetivo é na verdade o mundo subjetivo de outra pessoa? Até que ponto o mundo de Karl Marx passou a ser o meu também?

O mundo subjetivo é uma representação do mundo objetivo, desta forma vivemos no mundo subjetivo, que está dentro do mundo objetivo.

Tanto o mundo objetivo quanto o subjetivo nos afetam, se cai uma chuva, não temos como nega-la, mas em nossa subjetividade,temos como gostar ou não.

Algumas pessoas buscam o conhecimento, buscam explicações e às vezes parecem conhecer a verdade das coisas, pelo menos racionalmente. Porém, para outras pessoas, Kant, por exemplo, a” coisa em si” não é algo que está ao alcance do ser humano, nosso conhecimento do mundo tem um limite devido aos limites dos nossos sentidos.

Quando conhecemos o mundo de outras pessoas podemos trazer conceitos, pré-juizos e tudo o mais que fizer sentido para nós. A interseção com outras pessoas pode afetar nosso mundo profundamente.



Maria Cristina