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Provas de concursos e vestibular

 
(19/Fev) Professor de Filosofia/Sociologia - IFMG - 2014
 
1. Platão estabelece em sua República um conjunto de proposições acerca da arte política, através da construção metafórica e ficcional de uma cidade ideal. Neste diálogo, verificamos que Platão estabelece relações importantes entre a política e a dimensão valorativa da realidade. De acordo com a República platônica, marque a alternativa correta.
a) O projeto platônico de uma cidade ideal pode ser compreendido como uma proposta política real e inequívoca, que visa consolidar a democracia e evitar o estabelecimento da pior de todas as formas de governo: a tirania.
b) A ética e a política caminham lado a lado, na medida em que para governar de modo adequado o "rei filósofo" não deve se comprometer com o bem estar de seus cidadãos, mas observar e seguir as regras que garantam o bom funcionamento da polis.
c) A cidade ideal é construída por Platão com o objetivo de visualizar, no nível macroscópico e prático, os conceitos de justiça e injustiça. Assim, para encontrar a justiça e a injustiça no indivíduo, o filósofo busca mostrá-las na polis, pois, a cidade nada mais é do que o reflexo dos homens que a compõem.
d) Na medida em que determina como condição para governar o comprometimento com a verdade e a orientação para o melhor, a arte política pode prescindir de investigações valorativas da realidade e dedicar-se de modo precípuo ao melhor funcionamento da polis.
e) Na República platônica, o conceito de justiça desempenha um papel fundamental e pode ser definido como a necessidade de dividir, de maneira igualitária, todas as vantagens e prejuízos entre os cidadãos da polis.

2. "A virtude é uma disposição constante para agir de um modo deliberado, consistindo numa mediania relativa a nós, racionalmente determinada e tal como seria determinada pelo homem prudente." (ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco II, 6). Considerando o trecho acima e a noção aristotélica de virtude, considere as seguintes alternativas:
I. Existem dois tipos de virtude: as virtudes éticas e as virtudes dianoéticas. As virtudes éticas são as virtudes da faculdade desiderativa da alma e relacionam-se com a práxis. Já as virtudes dianoéticas são aquelas relacionadas com a parte racional da alma.
II. Ao classificar as virtudes em "éticas" e "dianoéticas" Aristóteles exclui os desejos e as emoções na realização da verdadeira felicidade (eudaimonía). Desse modo, a única maneira de conquistar a eudaimonía é através do cultivo perene da vida contemplativa.
III. As virtudes éticas são disposições que nos permitem fazer o que é melhor em relação aos prazeres e às dores (as paixões), evitando em relação a estas coisas os extremos que são o excesso e a falta.
IV. As virtudes éticas e dianoéticas são adquiridas ao longo da vida do indivíduo, através do hábito e de exemplos de homens virtuosos. Ninguém nasce virtuoso, mas uma vez adquiridas, as virtudes garantem ao indivíduo sempre a melhor escolha diante de dois extremos, pelo excesso ou pela falta.
V. A virtude ética permite ao indivíduo transformar em "ato" aquilo que lhe é próprio, ou seja, a sua racionalidade. Sem ela o homem estaria sujeito a agir pelo impulso conforme os apetites e desejos. Por isso, a virtude moral é definida como a excelência (areté) relacionada ao bem agir.
Assinale a alternativa correta
A. Somente as alternativas I, II e III são corretas
B. Somente as alternativas I, III e V são corretas
C. Somente as alternativas II, IV e V são corretas
D. Somente as alternativas III, IV e V são corretas
E. Somente as alternativas II, III e IV são corretas

3. Em Aristóteles há uma relação direta entre Ética e Felicidade (eudaimonía), ou seja, quanto mais ético, mais realizado é o ser humano, visto que ser ético está relacionado a transformar em ato aquilo que se encontra em potência no humano, a saber, sua racionalidade. Sobre a Ética de Aristóteles, assinale a resposta CORRETA:
a) A felicidade se obtém pelo cultivo de hábitos que possam fazer com que o ser humano encontre seu fim último na realização dos prazeres.
b) Aristóteles concebe a eudaimonía como dissociada da necessidade de adquirir bens exteriores e defende o cultivo das virtudes éticas e dianoéticas como a única forma de alcançar a felicidade.
c) A prática das virtudes depende do agir racional, que se baseia em uma atitude de mediania entre dois excessos. Pela repetição de ações virtuosas o homem se torna virtuoso e se realiza como ser humano.
d) Para a prática de bons hábitos é necessário educar as crianças de modo a fazê-las compreender que sua verdadeira natureza está em sua racionalidade, por isso elas devem buscar afastar-se do corpo para buscar a elevação da alma.
e) O cultivo de prazeres e honrarias não é visto como algo problemático para Aristóteles, o problema é apenas quando esses bens se transformam em finalidade última para o ser humano.

4. Em termos filosóficos, Nicolau Maquiavel é apresentado como o descobridor da política como categoria independente da moral teológica. A ruptura de Maquiavel com a moralidade do cristianismo significa que:
a) A virtude (virtù) política está associada à maldade e ao uso indiscriminado da força bruta.
b) A ética ou a moral da política moderna deve ser a do mundo pagão, que se destina à realização do bem público, antes de tudo.
c) A ação política deve estar pautada nos preceitos da razão humana, que determinam a priori o que é bom ou mal, justo ou injusto.
d) As virtudes cristãs - a humildade, a misericórdia, a fé em Deus, o amor ao próximo - são, em si mesmas, ruins e sem importância.
e) O elemento decisório da política não é Deus, mas sim a força incontrolável do acaso, a eventualidade da "fortuna".

5. Os conceitos de "virtù" e "fortuna" são desenvolvidos por Maquiavel na obra O Príncipe. A "virtù" e a "fortuna" são atributos indispensáveis para o governante na constituição e manutenção dos principados. Sobre o pensamento político de Maquiavel no Príncipe, é correto afirmar.
a) Ao propor uma espécie de diretriz para os futuros príncipes, Maquiavel se nega a retomar os exemplos de boas organizações políticas do passado. Somente a partir do domínio da contingência, analisando cada situação particular, é possível saber qual é a melhor decisão a ser tomada.
b) Maquiavel defende que o príncipe deve governar com a finalidade de manter a ordem e a harmonia interna dos principados. Nesse sentido, a criação de novas leis é bem recebida pelos indivíduos, que percebem e aceitam a necessidade da constituição de um melhor arranjo político.
c) O príncipe deve agir de maneira prudente e conscienciosa a fim de manter seus súditos sob o seu controle. Entre ser amado e temido, é preferível que o príncipe seja temido, pois os homens são covardes e inclinados à traição e somente o amor, que também é necessário, mas não suficiente, não garante a estabilidade do principado e a segurança do governante.
d) O governante muitas vezes é odiado pelos seus súditos e a causa do desafeto está na prática covarde e violenta na usurpação dos bens particulares. Embora o príncipe deva ser prudente, não é necessário que tenha grandes preocupações sobre a sua reputação, pois a força e a coerção das leis devem necessariamente garantir o cumprimento das leis do estado em qualquer circunstância.
e) O príncipe não deve tomar partido de terceiros, nem mesmo defender vigorosamente seus súditos. A gratidão daqueles que estão sob o poder do Estado não é garantia de manutenção do poder. O que garante a coesão interna do Estado é conjunto de leis forjadas pelo príncipe a despeito da vontade dos governados.

6. Um príncipe não deve ter outro fito ou outro pensamento, nem cultivar outra arte, a não ser a da guerra, juntamente com as regras e a disciplina que ela requer; porque só essa arte se espera de quem manda, e é tão útil que, ao conservar no poder os príncipes de nascimento, com frequência eleva a tal altura simples cidadãos. Em contraste, os príncipes que cultivaram mais das delícias da vida do que das armas perderam os seus Estados. E como o desprezo da arte da guerra determina essa perda, assim o estar nela bem adestrado determina aquela ascensão. (Maquiavel, Nicolau. O Príncipe, citado em: Weffort, Francisco (org.). Os Clássicos da política. São Paulo, Ática, 2006, vol. 1, p. 36).
A passagem citada do filósofo Maquiavel revela que, em sua concepção:
a) O sucesso na condução dos negócios políticos obedece a critérios primordialmente pragmáticos.
b) O exercício da política pelo príncipe é regido por valores universalistas, transcendentes à práxis.
c) A manutenção do governante no poder é menos importante do que os valores éticos que conduzem sua atuação.
d) A democracia burguesa é o regime político historicamente mais adequado para governar populações.
e) Os homens são criaturas naturalmente inclinadas ao pacifismo, sendo sujeitos à violência apenas ocasionalmente.

7. Thomas Hobbes e John Locke fazem parte da mesma escola filosófica, a do direito natural ou jusnaturalista, que se baseia no trinômio "estado de natureza", "contrato social" e "estado civil". Apesar de divergirem em relação a esses conceitos, Hobbes e Locke convergem quanto à ideia de que:
a) Os indivíduos renunciam à liberdade irrestrita de que gozam no estado de natureza para ganhar do soberano a segurança.
b) O trabalho é o legitimador da propriedade privada no estado de natureza.
c) A autoridade soberana deve ser dividida no estado civil entre o rei e o parlamento.
d) O contrato social consiste num pacto de submissão entre indivíduos livres e iguais.
e) Os governados são portadores do direito natural de resistir às arbitrariedades do governante no estado civil.

8. Juntamente com Hobbes e Rousseau, Locke é um dos representantes do jusnaturalismo ou teoria dos direitos naturais. O modelo jusnaturalista de Locke é, em suas linhas gerais, semelhante ao de Hobbes: ambos partem do estado de natureza, que, pela mediação do contrato social, realiza a passagem para o estado civil. Existe, contudo, grande diferença na forma como Locke, diversamente de Hobbes, concebe especificamente cada um dos termos do trinômio estado natural/contrato social/estado civil. (Weffort, Francisco (org.). Os Clássicos da política. São Paulo, Ática, 2006, vol. 1, p. 84).
Sobre a relação entre os três pensadores citados, é possível dizer que:
a) A concepção de estado de natureza para Locke é análoga àquela concebida por Hobbes.
b) Para Locke, em estado de natureza os homens vivem em condições de prefeita liberdade e igualdade.
c) Segundo Rousseau, o pacto social permite a superação do estado de selvageria vigente em natureza.
d) Os três pensadores pressupõem a existência de uma natureza humana destinada à tensão e conflito permanentes.
e) Os três pensadores elaboram suas teorias estabelecendo continuidade com o jusnaturalismo de Maquiavel.

9. O pensamento político de Hobbes, Locke e Rousseau (XVI e XVIII) apresentam como ponto em comum a ideia de que a origem do Estado está no contrato social. Porém, é preciso ressaltar que existem divergências importantes entre eles. A partir do enunciado, assinale a alternativa correta.
a) Segundo Hobbes, no estado natural, os homens não são justos e bondosos, mas parciais e orgulhosos. A guerra de todos contra todos ocorre devido à diferença natural entre os indivíduos que necessariamente utilizarão dessa vantagem para explorar e subjugar seu semelhante.
b) Segundo Rousseau, o indivíduo somente será livre quando o Estado elaborar leis com a finalidade de preserva a igualdade entre todos, de tal modo que a obediência a essas mesmas leis signifique, na verdade, uma submissão às regras externas de bem estar da comunidade, mesmo que o cidadão não possa compreendê-las de modo autônomo.
c) Locke e Hobbes consideram que o estado de natureza realiza a passagem para o estado civil pela mediação do contrato social. Os dois pensadores acreditam que a propriedade privada não existe no estado de natureza, e somente terá contornos de direito natural através das regras invioláveis do Estado.
d) O contrato social, segundo Rousseau, possibilita a união dos homens em torno de um objetivo comum e seu objetivo não é outro que não melhorar as condições de sobrevivência. Sendo assim, uma vez tendo ultrapassado o estado natural de liberdade resta aos homens apenas aperfeiçoar o modelo de sociedade criado.
e) Com relação ao contrato social, Rousseau acredita que é necessária a transferência total dos direitos de cada associado à comunidade como um todo, visto que se cada um doar-se completamente, a condição será igual para todos, gerando equidade e evitando que alguém se sinta mais subjugado do que o outro.

10. Com base no pensamento político dos filósofos contratualistas, assinale a alternativa correta:
a) Hobbes não pode ser considerado propriamente um pensador liberal, embora seja fortemente individualista.
b) Hobbes tem uma concepção da natureza humana que pode ser considerada positiva ou otimista.
c) Ao contrário de Hobbes, Locke pode ser visto como um pessimista em relação à natureza humana e ao convívio entre os indivíduos.
d) O ponto de partida da filosofia de Rousseau pode ser representado pela ideia segundo a qual "o homem nasce mal, a sociedade o edifica".
e) Não podemos dizer que Rousseau desenvolveu uma concepção de origem da sociedade no contrato social.

11. Considerando o pensamento político de Hobbes, Rousseau e Locke, assinale a alternativa correta:
a) Segundo Locke, a sociedade não resulta de uma reunião de indivíduos visando garantir suas vidas.
b) De acordo com Hobbes, o homem é movido por suas paixões, que o impelem a agir.
c) Conforme Hobbes, os homens são essencialmente distintos, sendo consideradas relevantes as diferenças entre os indivíduos.
d) Para Rousseau, a vontade individual e particular de cada um deve se sobrepor aos interesses em comum.
e) É em nome dos direitos naturais do homem, segundo Locke, que o contrato social entre os indivíduos que criam a sociedade não pode ser realizado.

12. Considerando como ponto de partida o pensamento do sociólogo Boaventura Santos sobre a ciência moderna e pós-moderna, determine se as frases abaixo são falsas ou verdadeiras:
a) A imaginação pessoal é uma característica marcante da ciência pós-moderna. ( )
b) Na ciência pós-moderna o conhecimento é tanto mais rigoroso quanto mais restrito é o objeto abordado. ( )
c) Apesar de ser mais abrangente, a ciência pós-moderna não admite interferência dos valores humanos ou religiosos na atividade científica. ( )
d) A ciência pós-moderna não percebe como problema o fato de a ciência moderna elaborar hipóteses fictícias, como aquela que pressupõe haver atrito nulo entre superfícies. ( )
e) A ciência moderna privilegia as características intrínsecas do objeto para elevar-se à capacidade de mensuração da ciência. ( )
Determinada a falsidade ou a veracidade das afirmações, a sequência correta é:
a) F, F, V, F, V
b) V,F,V,V,F
c) V, F, F, F, F
d) F, V, V, V, V
e) V, F, F, F, V

13. Baseando-se no pensamento de Boaventura Santos, assinale a única sentença falsa dentre as demais.
a) A ciência pós-moderna, delineada por Boaventura Santos, propicia interação entre razão e ética.
b) A filosofia na modernidade era considerada meta-científica, já na pós-modernidade científica, a filosofia tenderá a possuir o mesmo status científico de outras áreas.
c) Na ciência pós-moderna a distinção entre indução e dedução será no mínimo reduzida.
d) O pragmatismo sempre foi evitado pela ciência moderna em prol da objetividade.
e) Hegel pode ser considerado um pensador pós-moderno, pois afirmou que a natureza é a condensação material do espírito.

15. Defina cada uma das afirmações abaixo como falsa ou verdadeira.
a) O materialismo histórico pode ser compreendido como um arcabouço teórico-metodológico para apreender a história, a economia e a sociedade ( ).
b) O marxismo consiste em um conjunto de princípios políticos voltado para a implementação do socialismo ( ).
c) O cerne da ideologia marxiana provém em grande parte da atenção de Marx para com a alienação do ser humano ( ).
d) Somente após uma sistemática definição do conceito de classe social, Marx e Engels concluíram que o modo de produção material determina as ideias, pensamentos e ideologias humanas ( ).
e) Para Marx, a existência da propriedade privada implica em alienação do homem à religião, à família e ao Estado ( ).
Determinada a falsidade ou a veracidade das afirmações, a sequência correta é:
a) F,V,F,V,V
b) V, V, V, F,V
c) V,V,F,V,V
f) F,V,V,F,F
g) V,F,V,V,V

16. Com referência à obra Dialética do Esclarecimento de Adorno e Horkheimer, determine se as afirmações seguintes são falsas ou verdadeiras.
a) Segundo Adorno e Horkheimer, o único fator que distingue a arquitetura dos edifícios e exposições industriais do início do século XX é o grau de autoritarismo dos governos que os constroem. ( )
b) Em geral, os intelectuais do passado (séc. XVIII) eram servis e inovadores, enquanto os contemporâneos ao nazismo e ao capitalismo pós Segunda Guerra Mundial foram inovadores e rebeldes. ( )
c) O conceito de "luta de classes", proveniente do marxismo, foi um conceito decisivo para a delimitação da teoria frankfurtiana sobre a indústria cultural. ( )
d) Na Alemanha, a ausência de democracia contribuiu para preservação da independência de artistas e intelectuais no século XIX. ( )
e) Os governos fascistas e o capitalismo moderno promoveram certo pessimismo na obra dos pensadores de Frankfurt. ( )
Definida a falsidade ou a veracidade das frases, a sequência correta é:
a) V, F, V, V,V
b) V, F, F, V,F
c) V, V, V, F,V
d) F, V, F, V,V
e) F, F, F, V,V

17. Na Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer empreendem uma crítica pontual à filosofia kantiana no que diz respeito ao conceito de "Aufklärung". Sobre a referida obra de Adorno e Horkheimer, assinale a alternativa correta.
a) O mito e esclarecimento não são dimensões opostas e excludentes, como acreditavam os filósofos iluministas. O mito, etapa fundamental na busca pelo conhecimento e na dominação da natureza pelo homem, deixa de fazer parte da ciência em um dado momento, mas não pode deixar de ser compreendido como uma etapa fundamental na origem de todo o conhecimento.
b) Segundo Adorno e Horkheimer, as proposições míticas, no seu início, ainda não conseguiam fornecer explicações e normas satisfatórias. Entretanto, o esclarecimento, sob a forma positiva da ciência moderna, ao invés de libertar o indivíduo da limitação do conhecimento mítico, acaba por naturalizar o homem civilizado, tornando-o um escravo das apropriações teóricas da realidade.
c) Em nome de um "desencantamento" do mundo, proposto pela modernidade, o "saber" e o "conhecer" tornaram-se perigosos e passíveis de manipulação. Assim, o esclarecimento, que prometia operar um casamento feliz do entendimento humano com a natureza das coisas, subjugou os indivíduos em nome do poder e do capital.
d) Em um dos pontos centrais da Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer afirmam que a cultura sempre exigiu dos indivíduos a dominação de sua natureza interna, dos instintos, impulsos e pulsões. Sob esse aspecto o mito resguardava a liberdade humana que foi perdida em nome da busca pela verdade científica.
e) A dominação humana sobre o desconhecido, presente no mito e no esclarecimento, não se orienta pela conservação dos indivíduos, mas pela manipulação dos métodos de compreensão da natureza. Tal dominação acontece através do que Adorno e Horkheimer chamaram de razão instrumental, um tipo de conhecimento que potencializa ao longo da história as forças materiais da sociedade.

18. Sobre a filosofia de Nietzsche, considere as alternativas abaixo, assinalando a correta:
a) A vontade de potência, em Nietzsche, é própria unicamente do homem, sendo excluídos, portanto, todos os demais seres vivos.
b) Tributária da ciência da época, a noção nietzschiana de "força" impossibilitou o filósofo de postular a homogeneidade de todos os acontecimentos.
c) De acordo com o pensamento de Nietzsche, perspectivismo e experimentalismo não podem ser relacionados.
d) Para desenvolver a cultura, Nietzsche considera necessário destruir a liberdade interior.
e) Pode-se dizer que Nietzsche rechaça os sistemas filosóficos não devido ao fato de eles apresentarem uma unidade metodológica, mas sim em função de fixarem uma dogmática.

19. Sobre a relação do pensamento nietzschiano com o cristianismo e a tradição filosófica, assinale a alternativa correta:
a) De acordo com Nietzsche, pode-se tomar a filosofia de Platão como modelo excelente do verdadeiro filosofar.
b) Para Nietzsche, o cristianismo pode ser interpretado como a medula ética do mundo ocidental.
c) A filosofia de Nietzsche consiste em desprezar as condições históricas das quais emergem nossos supostos valores absolutos.
d) De acordo com Nietzsche, após o desaparecimento da metafísica, resta-nos apenas a crença nos conhecimentos objetivos.
e) Em sua Genealogia da Moral, Nietzsche descarta submeter a julgamento o valor de todos os valores constituídos.

20. Considere as afirmativas abaixo e assinale a correta:
a) A indução é o raciocínio que, após considerar um suficiente número de casos particulares, conclui uma verdade particular.
b) O raciocínio é um conhecimento mediato.
c) O homem elabora o seu conhecimento de determinadas maneiras, mas todas elas dependem do raciocínio científico.
d) Tanto o mito, quanto a ciência, a filosofia e a arte são formas de conhecimento. Não podemos dizer o mesmo sobre o senso comum.
e) Toda relação de conhecimento implica uma transformação unilateral do objeto.

QUESTÕES DISSERTATIVAS:
Questão 01.
Tendo como objeto de análise o legado crítico da chamada Escola de Frankfurt e de seus representantes, disserte sobre a relação entre indústria cultural e consumo.

Questão 02.
Disserte sobre os conceitos de "modernidade" e "pós-modernidade", evidenciando o desenvolvimento do significado dos dois conceitos ao longo da tradição e considerando a relação crítica que o segundo mantém em relação ao primeiro.

GABARITO:
1-C
2-B
3-C
4-B
5-C
6-A
7-D
8-B
9-E
10-A
11-B
12-C
13-D
15-B
16-E
17-C
18-E
19-B
20-B
     

 
 
Como referenciar: "Provas - Professor de Filosofia/Sociologia - IFMG - 2014" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 25/04/2024 às 06:41. Disponível na Internet em http://www.filosofia.com.br/vi_prova.php?id=187