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Provas de concursos e vestibular

 
(12/Set) Professor de Filosofia - IF - RN - Funcern - 2014
 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

6. No que diz respeito à teoria das quatro causas, assinale apenas a opção que corresponde às causas postas por Aristóteles.
A) Formal, material, divina e final.
B) Formal, material, eficiente e final.
C) Formal, natural, eficiente e final.
D) Formal, indeterminada, eficiente e final.

7. "Existem, pois, duas espécies de seres: os modelos e as cópias. O mundo dos modelos (exempla) é o mundo inteligível; o das cópias ou imagens (simulacra) é o mundo sensível (mundus sensilis), produzido à semelhança de seu modelo. O nome técnico de um modelo é "Ideia". É uma substância impalpável, compreensível apenas pelo intelecto e pela razão, causa dos seres que participam da sua semelhança." (Étienne Gilson). O texto em questão faz referência à importância da obra de Calcídio na transição do pensamento antigo para o medieval. Acerca dessa transição, é correto afirmar que
A) Platão foi recebido, na Idade Média, sem sofrer nenhuma alteração significativa por parte de seus intérpretes cristãos.
B) na Idade Média, Platão foi "latinizado" pelos primeiros pensadores cristãos e sua teoria das ideias foi completamente descaracterizada.
C) há uma evidente influência platônica na formação dos primeiros pensadores cristãos.
D) não há uma conexão entre as ideias platônicas e as doutrinas místicas dos primeiros cristãos.

8. Analise as afirmativas a seguir sobre o surgimento da Filosofia.
I. A Filosofia é uma aquisição da cultura grega a partir da forte influência dos egípcios nessa cultura.
II. Os primeiros filósofos ocuparam-se, principalmente, com especulações sobre o mundo a seu redor.
III. Os pré-socráticos buscavam estabelecer, essencialmente, uma filosofia moral para reorganizar o mundo grego que havia entrado em colapso.
IV. Os physiologoi, como foram denominados os pré-socráticos por Aristóteles, buscavam a arché fundadora de toda a realidade.
Estão corretas as afirmativas
A) II e IV.
B) I e II.
C) III e IV.
D) I e III.

9. Assinale a opção que corresponde ao conceito de Filosofia Primeira, de acordo com Aristóteles.
A) Ciência teorética das primeiras causas e dos primeiros princípios.
B) Ciência produtiva das primeiras causas e dos primeiros princípios.
C) Ciência do ser enquanto ente e do ente enquanto ser.
D) Ciência teorética dos princípios singulares da realidade.

10. Analise as afirmativas, que tratam sobre as provas da existência de Deus propostas por Tomás de Aquino.
I. As provas tomistas partem da constatação de uma realidade sensível que requer a explicação de uma série causal. Uma série que mostra ser a realidade sensível, a base; e Deus, o topo que a justifica.
II. As provas tomistas derivam do pressuposto de que, se Deus é perfeito, ele, necessariamente, teria de existir, posto que a categoria da perfeição engloba a da existência.
III. As provas tomistas derivam do pensamento de Anselmo e são apriorísticas.
IV. As provas tomistas derivam do pensamento de Aristóteles e são a posteriori.
Estão corretas as afirmativas
A) II e III.
B) I e IV.
C) II e IV.
D) I e III.

11. A função do argumento do gênio maligno nas Meditações sobre Filosofia Primeira é colocar em questão o conhecimento
A) sensível.
B) científico.
C) racional.
D) religioso.

12. No Tractatus Logicus, Wittgenstein escreve: "Sentimos que, mesmo que todas as questões científicas possíveis tenham obtido resposta, nossos problemas de vida não terão sido, sequer tocados. É certo que não restará, neste caso, mais nenhuma questão; e a resposta é precisamente essa" (TLP 6.52). Essa passagem indica que, em relação à ciência, Wittgenstein nutria
A) uma visão positivista que indicava ser a ciência um tipo superior de conhecimento mais válido do que a Filosofia e a mística.
B) uma visão neo-positivista, derivada do Círculo de Viena, que indica que só há valor naquilo que se pode enunciar cientificamente.
C) uma resistência crítica em relação ao cientificismo e à idolatria da ciência, tendo em vista que entendia esse cientificismo e essa idolatria como sintomas de um declínio cultural, que marginalizava a arte e a ética.
D) uma visão historicista que percebia a evolução da ciência como mais um estágio da consciência humana em seu caminho em direção à totalidade do saber, que se completaria no "fim da história", a partir de um pressuposto teleológico.

13. No que se refere à origem das ideias para David Hume, é correto afirmar que
A) existe apenas um princípio: causalidade.
B) existem dois princípios: causalidade e indução.
C) existem três princípios: semelhança, causa e efeito e indução.
D) existem apenas três princípios de conexão entre ideias: semelhança, contiguidade e causa e efeito.

14. "Há já algum tempo me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera grande quantidade de falsas opiniões como verdadeiras e que o que depois fundei sobre princípios tão mal assegurados só podia ser muito duvidoso e incerto; de forma que me era preciso empreender seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões que até então aceitara em minha crença e começar tudo de novo desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo firme e constante nas ciências". A passagem destacada apresenta, de modo geral, o projeto filosófico cartesiano. Com base nesse projeto, analise as afirmativas a seguir.
I. O objetivo principal de Descartes nas suas Meditações era estabelecer uma argumentação sólida para reforçar o ceticismo que havia renascido na Europa desde a tradução da obra de Sexto Empírico, por Henri Estienne e Gentian Hervert.
II. O projeto filosófico cartesiano partiu de uma crítica da ciência aristotélico-escolástica, tendo como pano de fundo a revolução científica do século XVII.
III. René Descartes não levava a sério o desafio cético moderno por achar o ceticismo um pseudoproblema.
IV. O argumento do sonho na meditação primeira visa demonstrar o quanto não podemos confiar no nosso conhecimento sensível.
Estão corretas as afirmativas
A) I e IV.
B) II e IV.
C) I e III.
D) II e III.

15. Se Deus é onipotente, onisciente, onipresente e sumamente bom, como pode haver o mal? Esse problema clássico da Filosofia foi enfrentado por Agostinho, trazendo implicações profundas para a Ética filosófica. Sobre esse enfrentamento, é correto afirmar que
A) Agostinho abandona a ideia de um mal moral, mas mantém a noção de um mal natural, posto que é apenas no campo da ordem ética e política que a noção de bem faz sentido.
B) Agostinho usa a ideia de pecado original para justificar uma interpretação de base gnóstica sobre o caráter corrompido da natureza e a existência de um demiurgo maligno que governa o universo e institui o escândalo ontológico do mal.
C) Agostinho rompe com o maniqueísmo, mas não oferece uma resposta à questão do mal que exclua a ideia da existência de uma força contrária, oposta a Deus.
D) para Agostinho, o bem é proporcional ao Ser, de modo que o contrário do bem (o mal) não tem substância, sendo, deste modo, uma privação, um "não ser". Assim, Agostinho combate a ideia de um mal natural, mas mantém a ideia de pecado.

16. Michel Foucault escreve acerca da sanção penal na Europa, no período anterior à Revolução Francesa: "O suplício Judiciário deve ser compreendido também como um ritual político. Faz parte, mesmo num modo menor, das cerimônias pelas quais se manifesta o poder". Essa passagem aponta para uma das ideias centrais de Foucault acerca do poder. Para o filósofo francês, o poder se manifesta
A) apenas na macropolítica e no gerenciamento burocrático do Estado.
B) também nos rituais da vida privada e no controle do corpo.
C) nunca na esfera do discurso pessoal, que é o espaço privado no qual a liberdade especulativa se manifesta.
D) apenas no jogo político que envolve os agentes do poder, representantes de classes sociais diversas.

17. Nas Teses Sobre Feuerbach, Marx e Engels escreveram: "os filósofos apenas interpretaram o mundo diferentemente, importa é transformá-lo". Dentro do corpo do pensamento de Marx e Engels, essa passagem diz algo bastante significativo acerca da natureza do conhecimento filosófico. Analise as afirmativas que se seguem.
I. Há, na passagem supracitada, uma crítica às correntes idealistas que apontavam para o caráter especulativo do conhecimento filosófico e para a predominância das ideias como elementos determinantes na construção da História.
II. Na passagem supracitada, ocorre uma inversão da ideia que diz que a Metafísica é a Filosofia Primeira e a Filosofia da Práxis um simples aspecto subsidiário. A ação política é vista, desse modo, como o telos central do conhecimento filosófico.
III. A passagem supracitada aponta para um irracionalismo latente no pensamento de Marx e Engels, que busca abandonar qualquer reflexão filosófica teórica em prol de uma doutrina revolucionária que permita a classe trabalhadora chegar ao poder.
IV. A passagem supracitada mostra a estreita vinculação de Marx e Engels aos pressupostos filosóficos defendidos pelos jovens hegelianos
Estão corretas as afirmativas
A) I e II.
B) II e III.
C) III e IV.
D) I e IV.

18. "[...] o caminho da consciência natural que abre passagem rumo ao saber verdadeiro. Ou como o caminho da alma, que percorre a série de suas figuras como estações que lhe são preestabelecidas por sua natureza, para que se possa purificar rumo ao espírito, e através dessa experiência completa de si mesma alcançar o conhecimento do que ela é em si mesma". O texto destacado apresenta, resumidamente, todo o percurso que acontece na Fenomenologia do Espírito. Com base nisso, é correto afirmar que a Fenomenologia
A) apresenta o percurso de formação da consciência humana, desde o senso comum até ascender à consciência filosófica.
B) mostra o percurso de desenvolvimento da Filosofia Moderna a partir do estabelecimento de uma Filosofia do sujeito.
C) é a apresentação do itinerário de formação das consciências políticas para o estabelecimento de uma sociedade nos moldes da sociedade grega clássica.
D) mostra o desenvolvimento epistemológico da consciência europeia no século XVIII, a partir da revolução científica do século XVII.

19. Ao pensar sobre a autonomia da linguagem, o segundo Wittgenstein indica
A) que a linguagem, em certo sentido, espelha a estrutura do mundo, mas a gramática é formada por um conjunto de regras sintáticas convencionais.
B) que o conjunto de regras linguísticas que constituem nosso esquema conceitual é arbitrário e que a gramática é autocontida, ou seja, não controlada por uma realidade extralinguística.
C) que a forma proposicional geral tem uma vinculação ontológica com a forma lógica dos fatos que representa.
D) que a linguagem é autocontida, ou seja, que ela é controlada por uma realidade extralinguística que é gramatical.

21. "As ideias da Revolução Francesa surgem, pois, do cerne dos sistemas idealistas, determinando, sob muitos aspectos, sua estrutura conceitual". Desse modo, como afirma Marcuse interpretando Hegel, a Revolução Francesa apresentava o limiar de um novo tempo marcado por
A) uma racionalização dos processos sociais e políticos, de maneira que as instituições sociais se adequassem à liberdade e aos interesses do indivíduo.
B) convulsões sociais que fariam a sociedade burguesa emergente retroceder.
C) mudanças no processo político e social que trariam de volta o antigo regime.
D) transformações no cenário ético e político das instituições europeias levando-as a um processo de burocratização.

22. "O homem é, antes de mais nada, um projeto que se vive subjetivamente, em vez de ser um creme, qualquer coisa podre ou uma couve-flor; nada existe anteriormente a esse projeto; nada há no céu inteligível, o homem será antes de mais nada o que tiver projetado ser" (J. P. Sartre). A passagem guarda algumas semelhanças com o pensamento de Martin Heidegger e com uma percepção pós-metafísica acerca do homem. Sobre a relação entre a visão da antropologia filosófica de Sartre e a visão de homem proposta por Heidegger, é correto afirmar que
A) para Sartre, a existência precede a essência de maneira que o homem se inventa na medida em que escolhe para si uma imagem de homem; para Heidegger, o homem se faz como o que é, não por suas características intrínsecas, mas por sua relação com o Ser.
B) são idênticas, não havendo pontos divergentes significativos entre as duas em função de ambas serem existencialistas.
C) para Sartre, não há essência de maneira que a existência é quem define o ser do homem; já Heidegger acredita que o homem tem uma essência temporal que pode ser mapeada pela ciência.
D) tanto para Sartre quanto para Heidegger, o que define o homem é sua capacidade racional de fazer escolhas, de modo que há uma essência humana presente na razão que define o projeto existencial que escolhemos a partir do logos.

23. O pressuposto fundamental da filosofia de Hegel é produzido tendo como horizonte a superação dos impasses legados pela filosofia dualista inaugurada por René Descartes e aprimorada pelo idealismo alemão. Assinale a seguir apenas a opção que corresponde a esse pressuposto.
A) A correspondência entre lógica e metafísica.
B) A correspondência entre pensamento e ação.
C) A correspondência entre ser e pensar.
D) A correspondência entre ser e não-ser.

24. Para alguns interpretes, Heidegger é um dos pensadores que forneceu as bases filosóficas para o desenvolvimento da "ecologia profunda" (deep ecology). Alguns aspectos do pensamento de Heidegger, no que diz respeito às relações entre a ideia de natureza (physis) e de tecnologia (techne), são bastante significativos e determinam, de maneira clara, o pensamento ecológico contemporâneo. Acerca desse tema, analise as afirmativas que se seguem.
I. Heidegger usa a ideia latina de natura em substituição a noção grega de physis para demonstrar a ideia de que a natureza só se institui para o homem na medida em que este a nega com seu trabalho.
II. Há uma clara visão mecânica da natureza no pensamento de Heidegger. Ele percebe a natureza como uma derivação do mundo humano, que se configura a partir do Ser do homem estabelecido na abertura da temporalidade.
III. Para Heidegger, a physis é rebaixada pela ciência a um objeto da ciência natural a ser explorada tecnologicamente por meio de uma visão mecânica e biologicista que transforma a physis em um objeto de cálculo, de previsão e controle.
IV. Heidegger não utiliza o conceito latino de natura para pensar a natureza. Ele busca manter-se fiel à tradição grega em pensar a natureza a partir da ideia de physis.
Estão corretas as afirmativas
A) I e II.
B) II e IV.
C) I e III.
D) III e IV.

25. Sobre a visão de Heidegger acerca do conhecimento científico, é correto afirmar que
A) a ciência constrói seus próprios pressupostos metafísicos, de modo que o cientista não apresenta nenhuma necessidade de recorrer ao filósofo a fim de compreender a ciência, seus limites e seus conceitos.
B) a ciência moderna é muito diferente da doutrina medieval e do conhecimento antigo. Ao lidar com campos específicos do conhecimento, a ciência moderna não consegue compreender a si mesma, a não ser tornando-se filosofia.
C) a ciência lida com campos específicos, de modo que ela se apresenta como uma especulação puramente teórica acerca do ser dos entes que estuda.
D) a ciência não pressupõe nenhuma compreensão pré-ontológica do ser, de maneira que podemos entender a natureza do trabalho científico como um simples conjunto de proposições sobre fatos.

GABARITO:
6B
7C
8A
9A
10B
11C
12C
13D
14B
15D
16B
17A
18A
19B
21A
22A
23C
24D
25B
     

 
 
Como referenciar: "Provas - Professor de Filosofia - IF - RN - Funcern - 2014" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 24/04/2024 às 07:15. Disponível na Internet em http://www.filosofia.com.br/vi_prova.php?id=172