Provas de concursos e vestibular

38. O Filósofo grego Epicuro de Samos (341-270 a.C.) viveu no período helenístico. Dentre seus escritos, destacam-se: Carta a Heródoto, sobre a física atômica; Carta a Pítocles, sobre os fenômenos celestes e Carta a Meneceu, onde destacou "Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou, ou que já passou a hora de ser feliz". Nesse fragmento da Carta a Meneceu, o filósofo entende o sumo bem residindo no prazer do sábio, que aquieta a mente e domina as emoções. A Carta a Meneceu é também conhecida como:
a) Carta a Alexandre (O Grande).
b) Cartas sobre a Filosofia de Epicuro.
c) Carta sobre a Felicidade.
d) Carta aos gregos.
e) Carta das emoções.

39. Segundo a Carta de Epicuro a Meneceu, "quem aconselha o jovem a viver bem e o velho a morrer bem é tolo não apenas porque a vida é desejável, mas também porque a arte de viver bem e a arte de morrer bem são uma só. Contudo, muito pior é quem diz que é bom não ter nascido, mas, uma vez nascido, que o melhor é passar depressa pelos portões do Hades. Se um homem diz isto e realmente acredita nisto, por que razão não se retira da vida? Certamente que os meios estão à mão se for realmente essa a sua convicção. Se o diz a zombar, é visto como um tolo entre quem não aceita o seu ensinamento. Lembra-te que o futuro nem é nosso nem é completamente não nosso, de modo que nem podemos contar que virá de certeza nem podemos abandonar a esperança nele com a certeza de que não virá". Nessa carta, Epicuro ensina:
a) Que apenas os jovens devem estudar filosofia.
b) Que apenas os velhos devem estudar filosofia.
c) Que apenas as mulheres devem estudar filosofia.
d) Que a filosofia deve ser apenas preocupação dos filósofos.
e) Que tanto o jovem quanto o velho devem estudar filosofia.

40. Para o Filósofo Silvio Gallo, "ensinar filosofia é um exercício de apelo à diversidade, ao perspectivismo; é um exercício de acesso a questões fundamentais para a existência humana; é um exercício de abertura ao risco, de busca de criatividade, de um pensamento sempre fresco; é um exercício da pergunta e da desconfiança da resposta fácil. Quem não estiver disposto a tais exercícios, dificilmente encontrará prazer e êxito nesta aventura que é ensinar filosofia, aprender filosofia" (2002, p.199). Esse exercício de filosofar contribui para levar o aluno a:
a) Compreender a realidade a partir da memória de seus antepassados.
b) Construir um espaço de problematização e atitude reflexiva.
c) Entender sua história a partir da História do Tempo Presente.
d) Aceitar os fatos sociais como predestinação.
e) Exercer uma atitude crítica em relação às injustiças sociais.

41. Marilena Chauí, no Convite a Filosofia, assevera que a "Filosofia surge quando se descobriu que a verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecida por todos, através da razão, que é a mesma em todos; quando se descobriu que tal conhecimento depende do uso correto da razão ou do pensamento e que, além da verdade poder ser conhecida por todos, podia, pelo mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a todos". Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos. A palavra filosofia é composta de duas outras: philo e sophia, significando, respectivamente:
a) Amor fraterno e sabedoria.
b) Conhecimento e sabedoria.
c) Sabedoria e amor fraterno.
d) Razão e conhecimento.
e) Fé e sabedoria.

42. Para a filosofia, a verdade é racional, indicando certeza e lucidez, já a emoção são impulsos passionais. A razão não se deixa dominar por esses impulsos, opondo-se à mera opinião sobre determinadas coisas ou fenômenos. Não se opõe à razão como verdade racional:
a) Emoções, sentimentos e paixões.
b) Crença religiosa.
c) Êxtase místico.
d) Conhecimento ilusório.
e) Princípio da identidade e não-contradição.

43. Na história da Filosofia, o exemplo mais célebre de intuição intelectual é conhecido como o cogito cartesiano "Penso (cogito), logo existo". Quando digo: "Penso, logo existo", estou simplesmente afirmando racionalmente que sei que sou um ser pensante ou que existo pensando, sem necessidade de provas e demonstrações. A intuição capta, num único ato intelectual, a verdade do pensamento pensando em si mesmo. A expressão, penso logo existo, é atribuída a:
a) René Descartes.
b) François-Marie Arouet (Voltaire).
c) Jean-Jacques Rousseau.
d) Denis Diderot.
e) John Locke.

44. De acordo com o pensamento marxista, ideologia é um conjunto de proposições elaborado pela sociedade burguesa, cuja finalidade é apresentar os interesses da burguesia como sendo o de toda a sociedade, portanto de interesse coletivo. Essa ideia é no sentido de construir uma hegemonia de classe para manter a ordem social sem o concurso da violência, cujo objetivo é obter o consentimento sobre a ordem social estabelecida. A ideologia é, portanto, um instrumento de dominação através de um discurso lacunar. Assinale a alternativa que representa corretamente esse discurso:
a) Penso logo existo.
b) Todos são iguais perante a lei.
c) A desigualdade agudiza a pobreza.
d) O motor da história é a luta de classes.
e) A universidade trás em seu bojo as contradições da sociedade.

45. Tudo aquilo que diz o que as coisas são e por que são é juízo de fato, portanto, uma ponderação sobre algo real. As avaliações sobre coisas, fenômenos, pessoas, ações, estados de espírito é juízo de valor. Assim, o juízo de valor não diz respeito a coisas concretas, mas como julgamos sua existência, e juízo de fato diz respeito a coisas que podemos perceber. Marque a alternativa que representa, respectivamente, juízo de fato e juízo de valor.
a) O aço é metal; o caderno tem folhas.
b) Está chovendo; a chuva é bela.
c) O revólver é uma arma; o hidrogênio é um elemento químico.
d) A lua é bela; discussões são ruins.
e) A chuva é boa para as plantas; está chovendo.

46. Patrística é a designação do pensamento cristão da época do Novo Testamento (aproximadamente entre os séculos II ao VIII d.C.) até o início da Escolástica, representando o pensamento dos Padres da Igreja, construtores da Teologia Católica. A Patrística foi responsável pela confirmação e defesa da fé cristã, liturgia, disciplina, costumes, definição dos rumos do Cristianismo e foi responsável pela elucidação dos dogmas cristãos, o que, atualmente, chamamos de Tradição Católica. A Escolástica, período aproximadamente do século IX ao século XV, foi o período do pensamento cristão quando a filosofia era ensinada nas escolas pelos mestres escolásticos. Diferente do dogmatismo religioso da Patrística, a Escolástica é, acima de tudo, especulativa. Neste período, avançaram os estudos filosóficos devido ao pensamento gnosiológico, místico, dialético, metafísico e moral. A Escolástica nasceu nas escolas dos monastérios cristãos, conciliando a fé com o pensamento racional, enfatizando a dialética para ampliar o conhecimento. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, os maiores expoentes dessas correntes filosóficas:
a) Platão e Aristóteles.
b) Santo Agostinho e Tomás de Aquino.
c) Sócrates e Agostinho de Hipona.
d) Tomás de Aquino e Averrois.
e) Montesquieu e Rousseau.

47. No século XVI, os filósofos defendiam a esfericidade da terra, afirmando que o planeta estava parado no centro do universo e outros corpos orbitavam ao seu redor. Essa visão foi contestada por Nicolau Copérnico em 1514, ao divulgar um novo modelo cosmológico, onde os corpos celestes giravam ao redor do sol, modelo esse já considerado possível por Ptolomeu. Essa teoria é conhecida como:
a) Economicismo.
b) Heliocentrismo.
c) Geocentrismo.
d) Teoria de Malthus.
e) Academicismo.

48. Os conflitos de nossa época, dentre eles o caso dos refugiados, exigem uma postura ético-política fundamental e uma ética de responsabilidade solidária. De acordo com a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados das Nações Unidas, refugiado é toda pessoa que "devido a fundados temores de ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, por pertencer a determinado grupo social e por suas opiniões políticas, se encontre fora do país de sua nacionalidade e não possa ou, por causa dos ditos temores, não queira recorrer à proteção de tal país; ou que, carecendo de nacionalidade e estando, em consequência de tais acontecimentos, fora do país onde tivera sua residência habitual, não possa ou, por causa dos ditos temores, não queira a ele regressar". Uma guerra civil em curso num país árabe, no sudoeste asiático, contra o regime de Bashar al-Assad, iniciada em 2011 e influenciada pela Primavera Árabe, já produziu, segundo a ONU, aproximadamente dois milhões de refugiados. Marque a alternativa que apresenta o país árabe associado ao regime de Bashar al-Assad:
a) Israel.
b) Palestina.
c) Afeganistão.
d) Iraque.
e) Síria.

49. O florentino Nicolau Maquiavel, em sua obra mais conhecida, fundamentou uma filosofia política baseada na dominação dos homens, onde o conhecimento fosse aplicado à política tendo como modelo as ciências naturais com aplicação das leis gerais das ciências naturais também nas ciências humanas. Nesta obra, colocou a ação política em primeiro lugar, construída pela soma da virtude e da fortuna e o rompimento com a moral social. Para ele, a moral e a virtude não deveriam limitar a ação política, separando a moral da política, deve-se pensar na estabilidade social e manutenção do poder a todo custo. Segundo ele, "Um príncipe não deve, portanto, importar-se por ser considerado cruel se isso for necessário para manter os seus súditos unidos e com fé. Com raras exceções, um príncipe tido como cruel é mais piedoso do que os que por muita clemência deixam acontecer desordens que podem resultar em assassinatos e rapinagem, porque essas consequências prejudicam todo um povo, ao passo que as execuções que provêm desse príncipe ofendem apenas alguns indivíduos" (MAQUIAVEL, 2002, p. 208). A essência de sua obra é saber para quem serve a ciência política e o que fazer para se manter no poder, onde os "os fins justificam os meios". Das obras a seguir, qual foi escrita por Nicolau Maquiavel?
a) O Leviatã.
b) O Príncipe.
c) Elogio da Loucura.
d) Utopia.
e) Manifesto Comunista.

50. O desejo de responder racionalmente às curiosidades humanas levou ao nascimento da Filosofia. As respostas aos fenômenos, mistérios, forças sobrenaturais e a fé estavam fundamentadas no mito, não suportando esses questionamentos sobre suas causas primeiras. Assim, a Filosofia enfrentou as tradições e o mito para contestar as verdades tidas como absolutas. Aproximadamente no século VI a.C., tem-se notícia de Tales de Mileto, considerado primeiro filósofo, que teria afirmado que "todas as coisas são feitas de água [...] e assim começam a Filosofia e a Ciência". Assim, Tales de Mileto praticava uma Filosofia voltada à compreensão dos fenômenos naturais. Portanto, a Filosofia significando amor fraterno e sabedoria moldou o pensamento ocidental nas obras de Sócrates, Aristóteles e Platão, como base para a Filosofia Medieval, Renascentista, Moderna e Contemporânea. Em que alternativa todos os livros citados foram escritos por Aristóteles?
a) Política; Ética a Nicômaco; Poética.
b) Cartas sobre a Tolerância; Dois Tratados sobre o Governo; Ensaio Acerca do Entendimento Humano.
c) Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens; Do Contrato Social; Emílio.
d) O Capital; A Ideologia Alemã; Miséria da Filosofia.
e) O Espírito das Leis; Cartas Persas; História Verdadeira.

GABARITO:
38C
39E
40B
41A
42E
43A
44B
45B
46B
47B
48E
49B
50A