Dicionário de Filosofia

Uma das formas de associação de ideias, em que os pensamentos se relacionam com o estado daquilo que é contínuo, com a proximidade imediata, através do contato ou da vizinhança com a ideia em destaque. A Contiguidade como relação à ideias próximas já era conhecidas por Aristóteles e foi desenvolvida por outros filósofos posteriores.

Uma das formas da conversão das proposições, que consiste em negar o contrário da proposição convertida de forma tal que, por exemplo, a partir de "todo homem é animal", se conclua que todo não-animal é não-homem".

Para Aristóteles a Contrariedade é uma das quatro formas da oposição, mais precisamente a que ocorre entre os termos que, dentro do mesmo gênero, distam maximamente entre si. Estão em oposição contrária o verdadeiro e o falso, o bem e o mal, o calor e o frio, etc. Aristóteles observa que os contrários se excluem absolutamente, que não existe entre eles noção intermediária e que ao menos um deles deve pertencer ao objeto: por exemplo, não há termo intermediário entre doença e saúde, porque o organismo animal deve estar necessariamente sadio ou doente.

Doutrina que reconhece como origem ou fundamento do Estado (ou, em geral, da comunidade civil) uma convenção ou estipulação (contrato) entre seus membros. Hobbes e Spinoza puseram a doutrina do contrato a serviço da defesa do poder absoluto. Assim Hobbes enunciava a fórmula básica do contrato: Transmito meu direito de governar-me a este homem ou a esta assembleia, contanto que tu cedas o teu direito da mesma maneira.

Qualquer doutrina segundo a qual a verdade de algumas proposições válidas em um ou mais campos se deva ao acordo comum ou ao entendimento (tácito ou expresso) daqueles que utilizam essas proposições.

Termo de origem jurídica, que designa um conjunto de provas suficientes para convencer o réu, isto é, para fazê-lo reconhecer-se como tal. No uso comum, esse termo significa uma crença que tem suficiente base objetiva para ser admitida por qualquer pessoa. Nesse sentido, é definida por Kant: Quando uma crença é válida para todos, seu fundamento, desde que dotado de razão, é objetivamente suficiente e ela se chama Convicção.

Uma das quatro virtudes enumeradas por Platão e uma das virtudes éticas de Aristóteles. Platão define-a como a opinião reta e conforme à lei sobre o que se deve e sobre o que não se deve temer. Aristóteles define-a como o justo meio entre o medo e a temeridade. Mas como virtude que constitui a firmeza de propósitos, a Coragem é, de certo modo, privilegiada e considerada uma das virtudes principais. Foi o que fez Aristóteles. Cícero afirmava: Virtude deriva de vir (homem), sendo a coragem sobretudo viril, ou seja, própria do homem; seus principais atributos são dois: desprezo pela morte e desprezo pela dor.

O que se deduz de uma demonstração precedente, como uma espécie de acréscimo ou ganho extraordinário; também pode ser uma espécie de proposição intermediária entre o teorema e o problema.

Objeto natural em geral, qualquer objeto possível da ciência natural. Como já notava Aristóteles, tudo o que pertence à natureza é constituído por Corpo e grandezas, por coisas que têm Corpo e grandeza ou por princípios das coisas que os têm. A definição mais antiga e famosa de Corpo é a dada pelo próprio Aristóteles: Corpo é o que tem extensão em qualquer direção; e que é divisível em qualquer direção. Por qualquer direção, Aristóteles entende altura, largura e profundidade: o Corpo que possui essas três dimensões é perfeito na ordem das grandezas.

Segundo a tradição agostiniana da Escolástica, é a realidade que o corpo possui como corpo orgânico, independentemente de sua união com a alma, e que o predispõe a tal união. Essa é a definição dada por Duns Scot. Trata-se de uma noção característica do agostinismo e usada na polêmica contra o aristotelismo, para o qual o corpo, como matéria, é potência e portanto não tem substancialidade ou forma.