Você está em Material de apoio > História da Filosofia

Pirro de Élida( 365 - 270 a.C.)

Pirro foi fundador da escola cética, ele distingue o que é o bem por natureza e o que é o bem pelas convenções humanas e chega à conclusão de que não existem coisas verdadeiras ou coisas falsas, não existe também na natureza conceitos como a feiura e a beleza ou a bondade e a maldade, esses conceitos todos são criações dos homens e ele os nega por serem somente uma convenção, um costume. Por isso não podemos fazer juízos sobre as coisas. Além do mais é impossível afirmar se algo é realmente falso ou verdadeiro, se uma atitude é justa ou injusta. Todos esses conceitos vão depender do que está convencionada nas relações sociais e não da natureza, e essa não faz convenções.

A atitude do filósofo é interromper em si mesmo a ação de fazer juízos, parar de julgar e conceituar as convenções pois esses juízos e conceitos são indiferentes para o homem. É inútil preferir algo em detrimento de outra coisa, todas as duas coisas são somente combinações feitas pelos homens e são combinações passageiras. O homem não deve se perturbar com nada no mundo, nem mesmo pelas paixões, essa é a atitude que ele chama de ataraxia, que é uma indiferença para com o mundo e suas coisas. A ataraxia leva o indivíduo à felicidade através da tranquilidade e da serenidade, indiferente ao mundo que o circunda.

Sobre as coisas do mundo não vale a pena nem sequer pronunciarmos nossas opiniões, a atitude mais coerente é ficarmos totalmente indiferente a elas.

            A Escola cética teve diversos seguidores e muitas variantes das ideias de Pirro como a de que o saber é algo impossível de ser alcançado e que não existem afirmações que possam ser verdadeiras e que não sejam postas em dúvida. Para o filósofo cético Agripa existem cinco formas para podermos alcançar a interrupção dos nosso  juízos: 1 - Discordância, os filósofos vão sempre discordar sobre diversas coisas, sendo impossível escolher entre a opinião de um e de outro; 2 - Prova última, toda prova parte do princípio de que existe uma prova para esta prova e esse argumento pode ser levado ao infinito pois sempre vai existir uma prova que prova a prova da prova; 3 - Relatividade, onde nós somente podemos conhecer os objetos relativos a nossa capacidade e a nossa forma de compreensão, que sempre será diferente da capacidade e da compreensão de todas as outras pessoas; 4 - Hipótese, porque todas as provas tem um fundamento último que não se pode provar e é portanto uma convenção, e que não é uma lei natural; 5 - Circulo vicioso, as convenções tomam por evidente e demonstrado justamente aquilo que se deveria demonstrar e isso acontece porque é impossível a demonstração do quem se quer demonstrar.

            Segundo Sexto Empírico, no dia a dia o cético deve seguir quatro direções essenciais: 1 - os sentidos, que são os desígnios dados diretamente pela natureza; 2 - as necessidades naturais do corpo; 3 - as leis tradicionais que são os caminhos trilhados pela natureza humana e 4 - as artes e suas normas que são também muitas vezes criações e expressão da natureza humana.

Como referenciar: "Pirro de Élida( 365 - 270 a.C.)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 26/04/2024 às 07:29. Disponível na Internet em http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=33