Você está em Material de apoio > Biografias

Theodor Wiesengrund Adorno (1906-1969)

Nasceu em 11 de setembro de 1906 em Frankfurt-sobre-o-Meno, Alemanha. Filósofo e crítico musical, estudou composição em Viena com Alban Berg, uma das figuras que mais contribuíram para o amadurecimento da música atonal. A música atonal evita qualquer tonalidade ou modo, fazendo livre uso de todas as 12 notas da escala cromática. A atonalidade significa ausência de tonalidade. Tornou-se a própria essência do estilo dos compositores expressionistas.

Adorno foi professor em Frankfurt, em cuja universidade doutorou-se, e nessa cidade participou, em 1924, da fundação do Instituto de Pesquisas Sociais. Emigrou para a Inglaterra em 1933, a fim de escapar à perseguição movida contra judeus pelo nacional-socialismo, e em 1937 foi para os Estados Unidos, onde colaborou decisivamente com o Instituto, reconstituído por seus fundadores na Universidade de Columbia.

O Instituto de Pesquisas Sociais, mais conhecido como Escola de Frankfurt, recebeu esse nome porque seus principais representantes integravam o Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, na década de 1930. O exame crítico que esse grupo fez das sociedades desenvolvidas exerceu poderosa influência sobre os movimentos de contestação da segunda metade do século XX, particularmente as manifestações estudantis de maio de 1968 na França. Esta Escola constituiu o núcleo de uma linha original de pensamento filosófico-político desenvolvido por Walter Benjamim, Max Horkheimer, Herbert Marcuse, Wilhelm Reich, Jürgen Habermas e Adorno. A teoria crítica proposta por esses pensadores se opõe à teoria tradicional, que se pretende neutra quanto às relações sociais. Ela toma a própria sociedade como objeto e rejeita a idéia de produção cultural independente da ordem social em vigor.
O conceito de "indústria cultural" foi criado por Adorno para designar a exploração sistemática e programada dos bens culturais com finalidade de lucro. A obra de arte produzida e consumida segundo os critérios da sociedade capitalista se rebaixa ao nível de mercadoria e perde sua potencialidade de crítica e contestação.
Baseados nos fundamentos da dialética de Hegel, Adorno imprimiu conteúdo sociológico a seus escritos filosóficos e musicais,. Assim produziu obras capitais do pensamento estético, como Dialektik der Aufklärung (1947; Dialética do esclarecimento), com Horkheimer, Philosophie der neuen Musik (1949; Filosofia da nova música) e a inacabada Ästhetische Theorie (1970; Teoria estética), na qual trabalhou até a morte.

Adorno retornou à Alemanha em 1949, voltando a exercer suas atividades docentes e participou intensamente da vida política e cultural do país. Antes de sua morte em Visp, Suíça, em 6 de agosto de 1969, teve destacada e polêmica participação nos movimentos estudantis que sacudiram a Europa a partir de maio de 1968.

PRINCIPAIS OBRAS

DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO: "Dialética do Esclarecimento" discute o que foi tema constante da abordagem Frankfurtiana: a dominação. Discutindo-a em seus subsistemas, como a Indústria Cultural e o positivismo, destrincha o controle sobre a sociedade exercido pela burguesia. Ótimo exemplo da Teoria Crítica. Ed. Jorge Zahar, 1985.


INDÚSTRIA CULTURAL E SOCIEDADE: O conceito de Indústria Cultural, cunhado por Theodor W. Adorno (1903-1969) na década de 1950, permanece essencial para a compreensão das características e contradições fun-damentais da moderna sociedade capitalista. Nos três importantes ensaios reunidos neste livro, A Indústria Cultural - o Iluminismo como Mistificação das Massas, de 1947 (em co-autoria com Max Horkheimer), Crítica Cultural e Sociedade, de 1949, e Tempo Livre, de 1969, a arguta capacidade de observação e a inteligência crítica de Adorno iluminam, de maneira muitas vezes surpreendente, as diversas faces da relação entre economia, política e cultura no mundo contemporâneo. Ed. Paz e Terra, 2002.

MINIMA MORALIA - Esta obra, a mais famosa de Adorno, reúne 153 aforismos, está dividida em três partes, datadas sucessivamente de 1944, 1945 e 1946-47. O autor apresenta estas «pequenas morais» como «reflexões sobre a vida mutilada», na qual o indivíduo é atomizado: a delicadeza dá lugar às relações utilitárias. São abordadas: a mentira, a cólera, a adesão partidária, o genocídio, a alienação do homem. Edições 70 (Portugal). 2001.

LINKS
http://plato.stanford.edu/entries/adorno
Biografia em inglês contendo um resumo de suas principais idéias, bibliografia e conexões para outros sítios virtuais.

http://www.urutagua.uem.br//04fil_silva.htm
Texto analisando a explanação de Adorno referente a Indústria Cultural, elaborado por Daniel Ribeiro da Silva

Como referenciar: "Theodor Wiesengrund Adorno (1906-1969)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 25/04/2024 às 19:18. Disponível na Internet em http://www.filosofia.com.br/bio_popup.php?id=62