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Provas de concursos e vestibular

 
(22/Jul) IFRS - 2015
 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. Tendo em vista as características do mito e da filosofia na Grécia Antiga, relacione as colunas.
I. Mito.
II. Filosofia.
( ) Pergunta e narra sobre o que era antes que tudo existisse.
( ) Opera, discursivamente, por meio de analogias, metáforas e parábolas.
( ) Exige investigação para responder aos problemas postos pela natureza.
( ) Pergunta e explica como as coisas existem e são agora.
( ) Não se preocupa com as contradições e irracionalidades de seu discurso.
( ) Explica os fenômenos da natureza a partir de causas puramente naturais.
A sequência correta de cima para baixo encontra-se na alternativa:
a) I, I, II, II, I e II.
b) II, II, I, I, II e I.
c) II, I, II, I, II e I.
d) I, I, II, I, II e II.
e) I, II, I, II, I e II.

2. Leia as afirmativas expostas abaixo sobre as principais características da Filosofia, em seu nascimento, na Grécia Antiga.
I. É uma cosmologia, isto é, uma explicação racional sobre a ordem presente ou atual do mundo: sua origem ou causas, sua forma, suas transformações e repetições, seu término.
II. A preocupação com o devir ou o vir a ser levará, pouco a pouco, os filósofos a distinguir entre aparência do mundo e a verdade ou essência do mundo.
III. Seu pressuposto básico é que “nada vem do nada e nada retorna ao nada”: não há criação a partir do nada.
IV. A preocupação dos filósofos “físicos” é com o devir ou o vir a ser, ou seja, com o movimento (a transformação dos seres) e com o repouso (a identidade da phýsis e a estabilidade dos seres).
V. O fundo imortal e perene de onde tudo brota e para onde tudo regressa é a phýsis, qualidade primordial da origem e constituição dos seres.
Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão CORRETAS:
a) Apenas I e IV.
b) Apenas II, III e V.
c) Apenas III, IV e V.
d) Apenas I, II e IV.
e) I, II, III, IV e V.

3. Relacione as figuras dos filósofos pré-socráticos Parmênides de Eleia e Heráclito de Éfeso com os elementos de suas respectivas teorias.
I. Parmênides de Eleia.
II. Heráclito de Éfeso.
( ) Indivisível, é, pois, todo idêntico; nem algo em uma parte mais, que o impedisse de conter-se, nem também algo menos, mas é todo cheio do que é, por isso é todo contínuo.
( ) A guerra é mãe de todas as coisas e de todas, rainha. Das coisas contrárias nasce a harmonia mais bela, e tudo se gera por via de contraste.
( ) Quem desce ao mesmo rio vem ao encontro de águas sempre novas. Descemos e não descemos ao mesmo rio, nós mesmos somos e não somos.
( ) O mesmo é o pensar e aquilo em função do que é o pensamento porque sem o ser, no qual é expresso, não encontrarás o pensar: de fato é ou será nada fora do ser.
( ) Todas as coisas se trocam por fogo e o fogo por todas as coisas, como mercadorias se trocam por ouro e o ouro por mercadorias.
A sequência correta de cima para baixo encontra-se na alternativa:
a) II, I, II, I, II.
b) I, II, II, I, II.
c) I, II, II, II, I.
d) II, II, I, I, II.
e) I, II, I, II, I.

5. No diálogo A República, Platão identifica e distingue quatro modos ou graus de conhecimento. Quais deles dizem respeito à matemática e às ideias (eidos), respectivamente?
a) A intuição intelectual (nóesis) e o raciocínio dedutivo (diánoia).
b) A imaginação (eikasía) e a intuição intelectual (nóesis).
c) A crença (pístis) e o raciocínio dedutivo (diánoia).
d) O raciocínio dedutivo (diánoia) e a intuição intelectual (nóesis).
e) A opinião (dóxa) e a imaginação (eikasía).

6. Assinale a alternativa INCORRETA. De acordo com a teoria de Platão, as ideias apresentam algumas características básicas, a saber:
a) A corporeidade – a Ideia pertence a uma dimensão totalmente diversa do mundo incorpóreo.
b) A inteligibilidade – a Ideia é, por excelência, objeto da inteligência e só com ela pode ser captada.
c) A imutabilidade – as Ideias são imunes a todo tipo de mudança e não só ao nascer e ao perecer.
d) A unidade – cada Ideia é uma unidade e unifica a multiplicidade das coisas que dela participam.
e) A perseidade – as Ideias são em si e por si, isto é, absolutamente objetivas.

7. Pode-se afirmar que a lógica aristotélica:
I. Ocupa-se com os conteúdos pensados ou com os objetos referidos pelo pensamento.
II. Estabelece as condições e os fundamentos necessários de todas as demonstrações.
III. Oferece princípios, leis, regras e normas para todo pensamento que quiser ser verdadeiro.
IV. É um instrumento do pensamento e da linguagem dispensável para o campo científico.
V. Lida com leis universais, que independem do tempo, lugar, pessoas ou circunstâncias.
Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão CORRETAS:
a) Somente I, II e III.
b) Somente I e II.
c) Somente III e IV.
d) Somente II, IV e V.
e) Somente II, III e V.

8. Sobre a ética de Aristóteles, analise as afirmativas abaixo e assinale “V” para VERDADEIRO e “F” para FALSO.
( ) A ação correta do ponto de vista ético deve evitar os extremos, tanto o excesso quanto a falta, caracterizando-se assim pelo equilíbrio, ou justa medida.
( ) Nitidamente teleológica, a ética afirma que os seres humanos buscam a felicidade (eudaimonia). Assim sendo, a felicidade (eudaimonia) é o fim ao qual conscientemente tendem todos os homens.
( ) A possibilidade de agir corretamente e de tomar decisões éticas depende de um conhecimento do Bem, que é obtido pelo indivíduo por meio de um longo e lento processo de amadurecimento espiritual.
( ) A ética, ao pertencer ao domínio do saber prático, possui o intuito de estabelecer sob que condições podemos agir da melhor forma possível tendo em vista o nosso objetivo principal que é a felicidade (eudaimonia), ou a realização pessoal.
( ) A virtude não pode ser ensinada: ou já a trazemos conosco ou nada será capaz de incuti-la em nós. Assim, a virtude dever ser inata. Porém, encontra-se adormecida em cada uma das pessoas, e o papel do filósofo consiste exatamente em despertá-la.
A sequência correta de cima para baixo encontra-se em qual alternativa?
a) V, V, F, F e V.
b) F, F, V, F e V.
c) F, V, F, V e F.
d) V, V, F, V e F.
e) V, F, V, V e F.

9. Considere as seguintes afirmativas relacionadas à política de Aristóteles.
I. O homem é um animal político por natureza (zóon politikon), ou seja, é da natureza humana buscar a vida em comunidade e, portanto, a política não é por convenção (nómos), mas por natureza (phýsei).
II. A justiça política consiste em duas ações principais: igualar os desiguais, isto é, criar os iguais; e determinar que o tratamento desigual dos desiguais seja justo.
III. Os cidadãos existem para o bem da pólis, motivo pelo qual Aristóteles delimita com precisão a esfera pública de atuação do Estado, autorizando-o a regular e dirigir a esfera privada.
IV. Existem três formas básicas de governo correto: o governo de um só – Monarquia; o governo de um pequeno grupo – Aristocracia; e o governo da maioria – Politía.
V. A ciência política deve pautar-se, essencialmente, por perspectivas ideais, deixando de lado as perspectivas de natureza pragmática e empírica.
Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão CORRETAS:
a) Apenas I e II.
b) Apenas I, II e IV.
c) Apenas III e V.
d) Apenas I, IV e V.
e) Apenas II, III e IV.

11. São Tomás de Aquino, principal representante da __________, desenvolve um pensamento profundamente ligado ao de __________. Seu papel principal foi o de organizar as verdades da religião e de harmonizá-las com a filosofia. Para ele, então, a __________, criada por Deus, e a __________, revelação de Deus, não podem entrar em __________, porque procedem do mesmo Princípio.
Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas do texto apresentado.
a) Escolástica – Aristóteles – razão – fé – contradição.
b) Patrística – Platão – razão – fé – conflito.
c) Escolástica – Aristóteles – fé – razão – acordo.
d) Patrística – Platão – fé – razão – contradição.
e) Sofística – Sócrates – razão – fé – conflito.

12. São obras de Nicolau Maquiavel:
a) Do Cidadão; Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio.
b) Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio; Leviatã.
c) Leviatã; Comentários sobre a Democracia Grega.
d) O Príncipe; Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio.
e) O Príncipe; Comentários sobre a Democracia Grega.

13. Qual é o autor reconhecido como o “fundador da ciência moderna e o teorizador do método científico e da autonomia da pesquisa científica”? (REALE; ANTISERI, 1990, p. 252)
a) Giordano Bruno.
b) Nicolau Maquiavel.
c) Thomas Hobbes.
d) Jean-Jacques Rousseau.
e) Galileu Galilei.

14. “Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelecto humano e nele se acham implantados não somente o obstruem a ponto de ser difícil o acesso da verdade, como, mesmo depois de seu pórtico logrado e descerrado, poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração das ciências, a não ser que os homens, já precavidos contra eles, se cuidem o mais que possam.” (BACON, F. Novum organum. 2.ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 20-21.)
Na sequência desse texto, o filósofo apresenta os “gêneros” dos ídolos “que bloqueiam a mente humana” (BACON, 1979, p. 21). Das alternativas abaixo, qual NÃO corresponde aos ídolos expostos por Francis Bacon nesse referido texto?
a) Ídolos da Tribo.
b) Ídolos da Caverna.
c) Ídolos do Foro.
d) Ídolos da Empiria.
e) Ídolos do Teatro.

15. “Mas não temerei dizer que penso ter tido muita felicidade de me haver encontrado, desde a juventude, em certos caminhos, que me conduziram a considerações e máximas, de que formei um método, pelo qual me parece que eu tenha meio de aumentar gradualmente meu conhecimento, e de alçá-lo pouco a pouco, ao mais alto ponto, a que a mediocridade de meu espírito e a curta duração de minha vida lhe permitam atingir.” (DESCARTES, R. Discurso do método. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 66.)
Das alternativas abaixo, qual NÃO corresponde às regras do método expostas por René Descartes nesse texto?
a) Jamais acolher alguma coisa como verdadeira que não se apresente clara e distintamente.
b) Procurar os juízos sintéticos a priori que possam fundamentar as condições de possibilidade do conhecimento humano.
c) Dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quanto possíveis para melhor resolvê-las.
d) Conduzir por ordem os pensamentos dos objetos mais simples de conhecer até o conhecimento dos mais compostos.
e) Fazer, em toda parte, enumerações tão completas e revisões tão gerais com a certeza de nada omitir.

16. Da concepção de Thomas Hobbes acerca do estado de natureza, é correto afirmar que:
a) O estado de natureza é um ambiente de disputa, inveja e ódio.
b) O estado de natureza pressupõe a teocracia.
c) O estado de natureza pressupõe a busca da coletivização dos meios de produção.
d) O estado de natureza é de benevolência e reconhecimento da alteridade entre os humanos.
e) O estado de natureza reconhece a importância da família como núcleo estruturante e celular da sociedade.

17. Ao distinguir as diversas formas de governo, Rousseau (2012, p. 79) afirma que o “[...] Soberano pode, em primeiro lugar, confiar o Governo a todo o povo ou à maior parte do povo, de modo que haja mais cidadãos magistrados do que simples cidadãos individuais”.
Dessa citação de O Contrato Social, é correto afirmar que ela se refere à:
a) Aristocracia.
b) Monarquia.
c) Sofocracia.
d) Democracia.
e) Teocracia.

18. São obras que pertencem aos escritos críticos de Immanuel Kant, respectivamente relacionados à teoria do conhecimento, à filosofia moral e à estética:
a) Crítica da Razão Pura; Crítica da Razão Prática; Crítica da Faculdade de Julgar.
b) Crítica da Razão Pura; Crítica da Razão Prática; Crítica da Vida Cotidiana.
c) Crítica da Vida Cotidiana; Crítica da Razão Pura; Crítica da Razão Prática.
d) Crítica da Vida Cotidiana; Crítica da Razão Prática; Crítica da Razão Dialética.
e) Crítica da Razão Dialética; Crítica da Vida Cotidiana; Crítica da Razão Prática.

19. Para Kant (2001, p. 54), “a filosofia transcendental é a ideia de uma ciência para a qual a crítica da razão pura deverá esboçar arquitetonicamente o plano total, isto é, a partir de princípios, com plena garantia da perfeição e solidez de todas as partes que constituem esse edifício”. Como Immanuel Kant expõe em sua primeira obra crítica, é correto afirmar que a filosofia transcendental refere-se a:
a) Todo o conhecimento resultante da capacidade inata do ser humano.
b) Todo o conhecimento que advém da capacidade empírica dos saberes da existência humana.
c) Todo o conhecimento que se ocupa menos dos objetos que de nosso modo de os conhecer, na medida em que este deve ser possível a priori.
d) Todo o conhecimento produzido no interior da experiência sensível, imediata e cotidiana dos seres humanos.
e) Todo o conhecimento que advém das verdades teológicas.

20. Na Dialética Transcendental, Kant (2001, p. 406-7) apresenta uma série de antinomias. As antinomias são expostas por uma tese e uma antítese. Numa delas, a tese afirma: “A causalidade segundo as leis da natureza não é a única de onde podem ser derivados os fenômenos do mundo no seu conjunto. Há ainda uma causalidade da liberdade que é necessário admitir para os explicar.” Já sua antítese expõe que: “Não há liberdade, mas tudo no mundo acontece unicamente em virtude das leis da natureza”. De qual antinomia a citação está fazendo referência?
a) Primeira antinomia.
b) Quinta antinomia.
c) Quarta antinomia.
d) Terceira antinomia.
e) Segunda antinomia.

21. Na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant (1960) apresenta a lei moral. O nome dado a essa lei moral é:
a) Imperativo categórico.
b) Imperativo hipotético.
c) Imperativo afirmativo.
d) Imperativo da justiça.
e) Imperativo disjuntivo.

22. Em seu Curso de Filosofia Positiva, Augusto Comte apresentou a lei dos três estágios. De acordo com tal lei, “cada uma de nossas concepções principais e cada ramo de nossos conhecimentos passam necessariamente por três estágios teóricos diferentes: o estágio teológico ou fictício, o estágio metafísico ou abstrato e o estágio científico ou positivo” (Comte apud REALE; ANTISERI, 2005, p. 291). No estágio positivo, o espírito humano abre mão das especulações “para procurar apenas descobrir, com o uso bem combinado do raciocínio e da observação, suas leis efetivas, isto é, suas relações invariáveis de sucessão e de semelhança” (Comte apud REALE; ANTISERI, 2005, p. 292).
A partir do exposto acima e da filosofia geral de Comte, considere as afirmativas abaixo.
I. Sua física social almeja submeter a realidade social à pesquisa científica rigorosa através da observação e do experimento, de modo precisamente idêntico ao realizado pela física e pela química.
II. A lei geral da estática social descoberta por Comte mediante o método da física social é a conexão entre os diversos aspectos da vida social.
III. A lei dos três estágios é a lei fundamental da dinâmica social, sendo ainda a senda do progresso humano.
IV. À física social compete compreender os fenômenos sociais e modificá-los em benefício da sociedade em geral, sendo o estado positivo, para onde essa modificação tem lugar ou para onde ela conduz, um itinerário e um fim.
Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão CORRETAS:
a) Apenas I, II e IV.
b) Apenas I, III e IV.
c) Apenas I, II e III.
d) Apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV.

23. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO pertence à maneira como Karl Marx define a alienação do trabalho?
a) A alienação do trabalho impõe ao operário a renúncia à criatividade e à humanidade.
b) Um aspecto relevante da forma como Marx aborda a alienação é a consideração segundo a qual, sob o capitalismo, o trabalhador é mercadoria.
c) É da alienação do trabalho que procedem todas as demais alienações que encontramos no seio da vida social.
d) O trabalho sob o capitalismo permite que a riqueza produzida seja proporcional à riqueza espiritual do trabalhador: quanto mais produz, mais livre o humano se encontra.
e) O trabalho é externo ao trabalhador: não pertence ao seu ser. No trabalho alienado, o humano não se afirma, não encontra sua esperada satisfação.

24. “Precisamente nisso enxerguei o grande perigo para a humanidade, sua mais sublime sedução e tentação – a quê? ao nada? –; precisamente nisso enxerguei o começo do fim, o ponto morto, o cansaço que olha para trás, a vontade que se volta contra a vida, a última doença anunciando-se terna e melancólica: eu compreendi a moral da compaixão, cada vez mais se alastrando, capturando e tornando doentes até mesmo os filósofos, como o mais inquietante sintoma dessa nossa inquietante cultura europeia; como o seu caminho sinuoso em direção a um novo budismo? a um budismo europeu? a um – niilismo?...” (NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral: uma polêmica. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 11-12.)
De acordo com o referido fragmento e considerando a totalidade do pensamento de Friedrich Nietzsche, podemos afirmar que a alternativa INCORRETA é:
a) A elaboração nietzschiana sobre o niilismo é a oportunidade em que o filósofo reconcilia-se com Immanuel Kant, julgando-o como aquela honrosa exceção que, em pleno século XVIII, salvaguardou o pensamento alemão dos ataques da metafísica. Na opinião de Nietzsche, o imperativo categórico é o antídoto ao niilismo.
b) Uma das adversárias de Nietzsche é a moral da compaixão, pois nela se intensifica a decadência, a miséria e sua conservação. Sob a afirmação de “Deus” ou do “além”, como aquilo que genuinamente definiria a verdadeira vida, a moral da compaixão oculta o “nada”.
c) Nietzsche reconhece a ambiguidade do conceito de niilismo. Eis a razão pela qual ele diferencia o niilismo ativo do passivo. O niilista ativo é o “espírito livre” que reconhece e utiliza sua potência para ir além dos valores tradicionais. Já o niilista passivo, é o espírito cansado que se subordina à decadência dos valores religiosos e morais.
d) A disposição de afastar-se da aparência, da mudança, do vir a ser, do desejo, conduz o humano à vontade de nada, uma renúncia da vida que se configura como causa do niilismo.
e) Uma das expressões mais conhecidas de Nietzsche, com a qual o autor inicia suas análises sobre o niilismo, é o fragmento dedicado à morte de Deus. No aforismo de A Gaia Ciência, a morte de Deus conduz-nos ao diagnóstico da ausência de justificações absolutas e de orientações para o alcance do sentido da vida.

25. Acerca da fenomenologia de Edmund Husserl, analise as afirmativas abaixo e marque “V” para VERDADEIRO e “F” para FALSO.
( ) Enquanto saber fundado nas essências, é um conhecimento absolutamente necessário, em oposição ao conhecimento baseado na experiência empírica dos fatos contingentes.
( ) Analisa dados externos à consciência, ou seja, funda-se na essência dos fenômenos e na objetividade transcendental, pois as essências existem na consciência e no mundo exterior.
( ) O método fenomenológico deriva de uma atitude, presumidamente sem pressupostos, objetivando proporcionar ao conhecimento filosófico as bases sólidas de uma ciência de rigor.
( ) Busca a raiz de toda atividade filosófica e científica. Além disso, conduz à certeza do conhecimento e, por conseguinte, é ela uma disciplina a priori.
( ) O método fenomenológico é analítico, conduzindo a resultados específicos e cumulativos, como no caso de investigações científicas, fazendo inferências e conduzindo a teorias metafísicas.
A sequência correta de cima para baixo encontra-se em qual alternativa?
a) V, V, F, F e V.
b) F, F, V, F e V.
c) F, V, F, V e F.
d) V, F, V, F e F.
e) V, F, V, V e F.

27. Leia as afirmativas sobre a Escola de Frankfurt.
I. A pesquisa social para os frankfurtianos deve ser especializada, restrita aos campos de saber específicos, visto que a pretensão de totalidade, mais do que contribuir, prejudica e embaça as análises da sociedade.
II. A teoria crítica da sociedade é a designação dada ao conjunto de elaborações desenvolvidas pela Escola de Frankfurt. O nome da teoria não é apenas um nome fantasia sem sentido, porém uma referência ao atributo que a distinguiria dos trabalhos da sociologia empírica americana.
III. Embora os frankfurtianos tenham recusado a ortodoxia marxista, trata-se de uma teoria crítica cujo esforço foi reatualizar a transformação operada por Karl Marx.
IV. De orientação nitidamente liberal, a Escola de Frankfurt tem sua origem no Instituto de Pesquisa Social e seus estudos procuram questionar a crescente valorização das pesquisas de orientação marxista. Mais do que um experimento de pesquisa social, a Escola de Frankfurt é uma militância liberal.
Dentre as alternativas abaixo, em qual delas há afirmativas verdadeiras?
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas II e IV.
e) Apenas I e IV.

28. Considere as afirmativas abaixo sobre a ética discursiva de Jürgen Habermas.
I. Habermas reconhece que a ética está inexoravelmente determinada pela impossibilidade de fundamentação do agir moral: não há critérios absolutos, os juízos morais possuem um caráter histórico e social incontornável. Cabe à ética discursiva admitir o relativismo de toda verdade moral e renunciar ao alcance de normas universais.
II. Diante da pluralidade de perspectivas que orientam a ação moral, Habermas afirma que os juízos morais devem necessariamente expressar atitudes e preferências de cada integrante do diálogo. Por conseguinte, em face do relativismo, a ética discursiva abandona qualquer intenção formalista, concedendo centralidade às decisões particulares e/ou aos contextos.
III. Buscando renovar as pretensões universalistas da ética, Habermas constrói uma teoria na qual apresenta a importância do discurso racional como formador do consenso. É, pois, por intermédio do discurso que se alcança a justificação racional capaz de legitimar a validade das normas.
IV. Para a ética do discurso, é necessário discernir o consenso do falso consenso. O critério capaz de realizar a distinção encontra-se na concepção habermasiana de situação ideal de fala, mediante a qual seria possível imaginar comunicações livres de eventuais coações.
V. Ao conceder centralidade ao discurso, Habermas defende a ideia segundo a qual as normas somente alcançam legitimidade por intermédio do esforço compartilhado da prática comunicativa. Sendo assim, a ética é um exercício que se realiza na comunicação de sujeitos simetricamente dispostos em suas oportunidades de fala.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II, IV são verdadeiras.

29. A função dos governos quando se apresentam as crises econômicas é a de intervir na economia, mesmo que seja “pagando desempregados para abrir buracos nas estradas para depois enchê-los novamente”, uma vez que isso coloca dinheiro em circulação, reativa o consumo, recoloca em movimento o sistema produtivo. Portanto, determinados controles não devem ser abandonados à iniciativa individual, mas requisitados pelo Estado para compor o conjunto de suas atribuições. Atividades econômicas similares desenvolvidas pelo Estado aliam programas sociais com eficiência econômica.
Tal entendimento acerca da função do Estado no que tange à esfera econômica da sociedade é próprio de teóricos do:
a) Neoliberalismo.
b) Liberalismo.
c) Socialismo.
d) Republicanismo.
e) Estado de bem estar.

30. Considere as seguintes afirmativas relacionadas aos temas de bioética e ética do meio ambiente.
I. O interesse pela bioética surge, primeiramente, na Europa, na década de 60 do século XX, devido a desafios e problemas típicos das ciências da saúde.
II. Em Princípios de Ética Biomédica (1979), Beauchamps e Childress propõem quatro princípios básicos da bioética, a saber: não maleficência; beneficência; respeito à autonomia; e justiça.
III. A ética ambiental, sob o signo de Jonas, repudia o antropocentrismo, proclamando os direitos da natureza, isto é, torna a natureza um verdadeiro sujeito de direito.
IV. No âmbito de uma ética ecológica, o princípio de responsabilidade, criado e proposto por Jonas, refere-se ao presente e futuro imediato dos seres.
V. Como ética particular ou aplicada, a bioética pressupõe uma ética geral, pois visa à aplicação de princípios morais nos diferentes âmbitos da vida, em razão de problemas daí decorrentes.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
b) Apenas as afirmativas I, III e V são verdadeiras.
c) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
d) Apenas as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
e) Apenas as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.

GABARITO:
01 A
02 E
03 B
05 D
06 A
07 E
08 D
09 A
11 A
12 D
13 E
14 D
15 B
16 A
17 D
18 A
19 C
20 D
21 A
22 B
23 D
24 A
25 E
27 C
28 B
29 E
30 A
     

 
 
Como referenciar: "Provas - IFRS - 2015" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 18/04/2024 às 16:05. Disponível na Internet em http://www.filosofia.com.br/vi_prova.php?id=277