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Galileu Galilei (1564 - 1642)

          Galileu propõe a renovação da ciência de sua época abandonando a confiança na autoridade, no senso comum e na tradição. Busca uma ciência livre de tudo aquilo que a prende tanto a cultura como a teologia. Para ele os textos da tradição filosófica ou teológica não devem servir para responder as questões científicas. As questões científicas devem ser confirmadas ou refutadas através da experiência e da observação feitas diretamente sobre o objeto que está sendo examinado. Não podemos desprezar o conhecimento que a natureza nos oferece de forma direta em benefício de textos sagrados ou filosóficos que discordam dessa observação.

            A natureza é o livro da ciência e para ler esse livro necessitamos da experiência direta sobre a natureza, é nessa experiência que encontraremos a verdade. A natureza não nos engana, nós é que podemos nos enganar se não a observarmos de forma correta e com os instrumentos necessários a essa observação. A experiência não é somente a observação da natureza a experiência para conhecer a natureza tem que ser um experimento, uma experiência construída, programada, organizada, com um objetivo próprio, que é o de confirmar ou refutar uma hipótese. A construção do experimento depende de uma teoria que vai fundamentá-lo.

            Através da razão o homem poderá interpretar e transcrever em forma de conceitos o fenômeno que ele observou na natureza. A matemática é o grande auxílio da razão nesse trabalho de interpretação. Com a colaboração da matemática poderemos formular teorias científicas que explicarão os fatos demonstrados pela experiência. A matemática aplicada à experiência e à demonstração serve para tornar evidente ou refutar as hipóteses formuladas.  A matemática é o instrumento de investigação da natureza.

            A experiência é o limite do nosso conhecimento. A razão não tem a capacidade de conhecer a essência das coisas.

            A natureza é organizada por uma única estrutura que não muda nunca, para conhecermos essa estrutura sobre a qual se fundamenta a natureza a ciência tem que construir um conjunto de elementos que possam medir essa natureza de forma precisa.

            Galileu procura também separar ciência da religião. Ciência e fé não interferem uma na outra, pois ambas trabalham em planos diferentes. A fé trabalha e fala de um plano metafísico do mundo, enquanto que a ciência age sobre o mundo físico. Galileu faz a comparação de que no mundo existem dois livros com o objetivo de revelarem a mesma verdade, mas de forma diferente. O primeiro livro é a Bíblia que busca a salvação e a redenção das almas e cujos escritos científicos são simplificados e próprios para o entendimento do povo. A natureza é o segundo livro que para ser interpretado tem que ser lido de forma científica e objetiva. Os dois livros são obras de um único Autor e por isso mesmo não podem ser contraditórios.


Sentenças:

- Quanto mais meios usamos para imitar algo, mais diferente esse algo se torna da coisa imitada, e mais maravilhosa é a imitação.

- A discussão dos problemas naturais deve começar pelos experimentos e não pelas escrituras.

- Existem dois tipos de mentes: uma que inventa fábulas e outra que acredita nelas.

- Meça o que pode ser medido e faça medível o que ainda não é.

- Se Deus nos dotou de inteligência e razão, porque ele nos privaria do seu uso?

- Duas verdades não podem se contradizer mutuamente.

- As verdades são fáceis de entender, o difícil é descobri-las.

- O Espírito santo ensina como se vai a céu e não como os céus vão.

- Com o alfabeto da matemática Deus escreveu o universo.

- Qualquer um fala obscuramente, mas claramente poucos.


Galileu Galilei

Responsável: Arildo Luiz Marconatto

Como referenciar: "Galileu Galilei (1564 - 1642)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 19/04/2024 às 06:24. Disponível na Internet em http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=67