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Arthur Schopenhauer (1788 - 1860)

A filosofia de Schopenhauer inicia como oposição e crítica à filosofia de Hegel, ele acreditava que os pensamentos de Hegel tinham se tornados oficiais e estatais e defendiam interesses pessoais, não buscando mais a verdade.
O mundo é representação minha. Dessa forma inicia-se a principal linha de pensamento de Schopenhauer. Nós não conhecemos o mundo como ele realmente é, somente temos instrumentos sensoriais que nos mostram o mundo dentro das suas capacidades perceptivas. O mundo é uma construção nossa, é uma representação nossa. O conhecimento é a relação entre o sujeito e o objeto, dessa relação surge a representação. Nós não podemos sair de nós mesmos para ver como o mundo realmente é.
Para que a representação exista é necessária a relação entre o sujeito e o objeto, dessa relação o sujeito é a parte que conhece, é ele que sustenta o fenômeno da representação e do conhecer. O objeto é o que é conhecido e está condicionado pelo espaço e pelo tempo, ao contrário do sujeito que está fora do espaço e do tempo. Não podemos separar sujeito de objeto nem mesmo no pensamento, pois o sujeito não tem sentido sem o objeto e o objeto não tem sentido sem o sujeito, um vive e existe em função do outro.
O objeto não existe sem o sujeito, como querem os materialistas, e o sujeito não existe sem o objeto, como desejam os idealistas. A objetividade existe na consciência dos sujeitos como representação e é condicionada pelo sujeito conforme suas formas de representar. O mundo como o percebemos é um conjunto de representações dependentes da consciência, do espaço e do tempo.
Para criar a representação do mundo, nosso intelecto organiza as formas a priori do tempo e o espaço utilizando a categoria da causalidade. A causalidade não é somente a sucessão no tempo, mas é a ligação de determinado tempo em determinado espaço simultaneamente, e ambos não podem ser separados.
Schopenhauer acredita que existam quatro princípios da causalidade que vão determinar como podemos conhecer o mundo: 1 - Devir, é a causalidade entre objetos naturais, expressa pela física; 2 - Conhecer, é a relação entre as premissas que leva à conclusões consideradas verdadeiras, expressa pela lógica. 3 - Ser, é a relação entre o espaço e o tempo, expressa pela matemática. 4 - Agir, é a relação entre a motivação e a ação, expressa pela moral. Essas quatro formas vão estruturar todas as nossas representações.
O mundo como representação é um fenômeno, e o fenômeno é uma percepção deformada do objeto que cobre a essência da realidade, realidade essa que pode ser alcançada pela vontade, e a vontade é a representação que fazemos do nosso corpo, e o corpo é o objeto imediato da nossa consciência. A vontade é onde não podemos mais diferenciar de forma transparente o sujeito do objeto, a vontade é a essência do nosso ser, e ela se manifesta na racionalidade do homem.
A vontade é a essência do mundo e é conflito que leva à dor causada pela força contínua opositora entre as vontades do mundo. A vontade nasce do descontentamento do próprio estado e é um sofrimento enquanto não é satisfeita, mas mesmo que satisfeita a satisfação não dura e a vontade satisfeita se inclina para um novo estado de descontentamento, em um processo de geração de vontades infinito, sendo também infinita a dor e o sofrimento gerados nesse processo.
Essa cadeia de geração de vontade e sofrimento só pode ser superada através da arte. Na experiência estética o homem se anula como vontade esquecendo-se de si mesmo e do seu sofrimento.

Sentenças:
- A vida é luta contínua pela existência, com a certeza da derrota final.
- A vida é um velejar em direção ao naufrágio.
- A vida é necessidade e dor.
- A vida oscila entre a dor e o tédio.
- Dos sete dias da semana, seis são de dor e necessidade e um é de tédio.
- O homem é o único animal que faz os outros sofrerem só para os ver sofrer.
- O homem sente prazer com o mal alheio.
- Na vida humana a infelicidade é a regra.
- A vida é esmola que prolonga a vida para seguirmos no tormento.
- A história é acaso cego e o progresso é ilusão.


Arthur Schopenhauer

Responsável: Arildo Luiz Marconatto

Como referenciar: "Arthur Schopenhauer (1788 - 1860)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 20/04/2024 às 01:23. Disponível na Internet em http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=109